S. João de Tarouca
Esta semana, tive uma surpresa, diz que o meu blog está em destaque no Paracozinhar.
Um facto que me merece uma comemoração, não que eu ligue a prémios nem a nomeações, mas senti-me antes na obrigação de colocar alguma coisa de importante e como de cozinha ando fraca, resolvi colocar um pouco da arte que se esconde pelo nosso Portugal.
Por em destaque um tesouro do nosso património escondido numa zona, que muita gente nem imagina onde fica e que o estado também não se interessa muito em divulgar, nem em proteger, dado que como nos disse o senhor que toma conta da igreja do convento, por carolice e amor ao mesmo, o estado até quer fecha-lo, porque não quer pagar a ninguém para tomar conta.
O que é uma pena, porque como já li em varios sitios, é um lugar mágico num vale encantado.
Numa encosta da Serra de Leomil, no distrito de Viseu, ainda que mais perto de Lamego e ergue-se num grande vale, ao fundo do qual corre o rio Varosa, um lugar paradisíaco, longe das estradas nacionais e do bulício do transito, onde só se ouvem os galos das quintas e a água que vai correndo pelas encostas em regatos que vão ter ao rio.
Foi o primeiro mosteiro da Ordem de Cister fundado em território português, no séc. XII, num local de forte tradição monástica evidenciada na própria invocação do mosteiro a São João, já que, por norma, os cistercienses dedicavam as suas abadias à Virgem Maria.
A Igreja de São João de Tarouca
De arquitectura românica, gótica, com portal renascentista, sofreu progressivas alterações durante o século XVII, nomeadamente na fachada.
A planta, cruciforme de três naves, sendo a central mais elevada, proporciona volumes articulados, nos quais se endossa a torre sineira.
Os altares são de talha dourada, contendo retábulos de pintura sobre madeira, da qual avulta o de São Pedro, o de Nossa Senhora da Glória e o do altar de São Miguel.
Na nave central, a peça mais notável desta igreja é sem dúvida o cadeiral barroco.
Sobre os espaldares estão pintadas personalidades ligadas à Ordem de Cister emolduradas por um notável trabalho de talha em ouro.
O púlpito
E um órgão onde a figura de um homem com barbas marcava o compasso da música movimentando o braço e a boca.
O altar central e pormenores em seu redor
Pormenores dos painéis de azulejos dos inícios do séc. XVIII que ilustram a história da fundação do mosteiro
dee pinturas
e do tecto
Uma das naves laterais, onde podemos contemplar uma serie de capelas com pequenos altares, todos eles também em talha dourada e que comunicam entre si, formando a pequena nave lateral.
Nesta abadia repousa D. Pedro Afonso, um dos filhos bastardos do rei D. Dinis, num enorme sarcófago em pedra de granito encimada pela estátua jacente e decorado com cenas de caça
Na sacristia podemos contemplar valiosos azulejos, móveis e pequenos retábulos.
E o tecto semelhante ao do altar central
Foi provavelmente o primeiro mosteiro Cisterciense em Portugal e se a maioria do complexo é uma ruína perfeita, como se vê nas primeiras fotografias o interior da igreja está perfeitamente cuidado e mais ou menos recuperado.
No fundo do vale a ponte românica, une as duas margens do rio e está num estado razoável de conservação, mas completamente infestada de heras, que me parece a longo prazo serão a sua ruína.
E o rio que lá vai correndo, no seu alegre cantarolar,transportando as aguas das serranias, incólume aos problemas da conservação do património, fazendo as delicias de quem passa, levando as suas mágoas para outras paragens.
Alguns pormenores históricos foram retirados da wikipédia e outros do site visiteportugal
Chamou-me a atenção este post que está apenas magnífico!!! Parabéns pela divulgação. E quantos mais locais como este não existirão pelo nosso Portugal?
ResponderEliminarE quantos mais abandonos não existirão em ordem à sua conservação, património da nossa secular História?
O que é preciso é construir o TGV. Como temos um País ennnnoooorrrrmmmmmeeeeeeeeee, o TGV vai encurtar essas distâncias ennnnoooorrrrmmmmeeeessssss... de uma ponta a outra.
Mas este - ou qualquer dos governos (ou serão antes desgovernos) anteriores, desde o 25 de Abril'74 - alguma vez se preocuparam com estas coisas mesquinhas? Gastar dinheiro em reconstruções? Em divulgação dos nossos locais lindos e únicos? Promover viagens, por exemplo, a estes locais, destinados a quem já deu o seu contributo em anos e anos de trabalho para o bem do País?
Utopia, pura utopia este meu pensamento...
Mas uma vez mais, obrigado pelas magníficas imagens (que desconhecia por completo) e pela soberba descrição das mesmas.
Eu conheci este mosteiro no ano passado quando passei uns dias em Tarouca e andei a conhecer todos os arredores, também fiquei encantada tanto com o mosteiro, como com todos os monumentos que encontrei nesta zona, pena que alguns estão degradados e sem falta de apoio para o restauro.
ResponderEliminarBeijinhos
Uma terra encantadora,por sorte foi là que eu sai do ventre da minha mae ,onde casei, onde fiz a minha casa e onde quero criar os meus filhos, é a minha terra e sempre serà.
ResponderEliminarSou um filho da terra.
VS.