Sistelo o pequeno Tibete Português

Sistelo não é uma aldeia!!!!

Ai não??

Foi isto que nos disse um habitante que encontrámos num dos miradouros, enquanto olhávamos para a paisagem, para a aldeia de Sistelo.... e meditávamos onde estariam as semelhanças com o Tibete.
Quando ele nos abordou e pediu desculpa por estar a ouvir a nossa conversa, disse-nos que não era deste miradouro que se via o Tibete, mas sim do miradouro dos socalcos e uma informação preciosa que muito nos espantou... Sistelo não é uma aldeia, é uma freguesia.


Afinal aquela que todos intitulam de Aldeia de Sistelo, é o Lugar de Igreja.

Vista do Miradouro de Estrica

Agora que escrevo sobre este passeio, fui pesquisar ao Sr. Google para escrever o que está certo e os primeiros registos a aparecer são dos grandes bloggers de viagens portugueses de viagens, mesmo antes da wikipédia.

E não é que todos lhe chamam de Aldeia de sistelo.... mas outras páginas que encontrei de turismo muitas se referem de igual modo.... não sei se é falta de conhecimento ou se é correto chamar assim....

Bom para que não restem dúvidas deixo o que nos diz a wikipédia, para que não restem dúvidas.

"Sistelo é uma freguesia portuguesa do concelho de Arcos de Valdevez, com 26,23 km² de área e 273 habitantes (2011) A sua densidade populacional é 10,4 hab/km², ou seja, um valor baixo. Localiza-se na Serra da Peneda, apresentando um relevo acidentado, com altitudes que variam entre 180 metros e os 1360 metros.

A Ordem de Malta deteve importantes bens na área desta freguesia. Razão pela qual o brasão de armas da freguesia ostenta, em chefe, a cruz oitavada

A freguesia é constituída por 5 pequenos lugares:
Igreja
Estrica
Quebrada
Padrão
Porto Cova


O Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa promulgou, em 28 de dezembro de 2017, a classificação como Monumento Nacional da paisagem cultural da aldeia de Sistelo, que recentemente ganhou a alcunha de ‘pequeno Tibete português’.

A classificação foi aprovada num Conselho de Ministros de 7 de Dezembro que fixou “restrições para a protecção e salvaguarda da aldeia de Sistelo e paisagem envolvente”.

Esta foi a primeira paisagem do país a ser classificada como Monumento Nacional, título atribuído até então a património edificado."

Eu gosto e sempre gostei de fazer umas semanas de passeio pelo nosso Portugal, já fui algumas vezes ao Gerês e gosto sempre de voltar, encontro sempre algo novo, este ano embarcámos na onda dos passadiços e fomos também descobrir o tal Tibete e os passadiços de Sistelo. 

E chegamos ao Portugal profundo, lugares pequenos onde o tempo parou, apenas fez uma pausa agora com a onda de turistas que acordou para esta região. 

Chamados pelo chavão "Tibete português", chegaram aos magotes e invadiram as pequenas localidades e os trilhos dando uma nova vida aqueles lugares perdidos na serra. 

Para visitar não temos muito, apenas uma ou outra igreja, o pequeno lugar de Igreja, com o seu largo e o cruzeiro, a vista para o castelo imponente, ali deslocado na simplicidade da paisagem e as ruinhas da aldeia. 

O interesse aqui é mesmo a paisagem natural e para isso, temos que nos perder pelos seus trilhos e caminhos rurais, quem sabe fazer a ecovia do Vez na totalidade ou apenas pequenos troços sempre na beira do rio, percorrer o pequeno troço do passadiço que também faz parte da ecovia, percorrer as brandas, encontrar as várias pontes romanas, os espigueiros e os rolheiros de milho. 

Subir aos miradouros para admirar toda a paisagem de socalcos é uma experiência fantástica, admirar as vistas deslumbrantes, com o som do silêncio, apenas quebrado aqui e ali pelo som ao longe dos sinos de uma igreja e o som da natureza vale mesmo muito a pena. 

Nós subimos ao Miradouro de Estrica com vista para o Lugar de Igreja, aquela que apelidam de aldeia de Sistelo e ao Miradouro dos socalcos, com vista para o tal Tibete português, e para os Lugares de Porto Cova e Padrão, nós subimos de carro, porque a energia para subir a pé não é muita e o tempo também era curto. 

Fazer os percursos assinalados tendo em atenção as suas capacidades físicas, alguns são pequenos, mas com escadarias íngremes, muito difíceis para subir e até para descer, não serão fáceis a pessoas com algumas limitações. 

Lugar de Igreja e o seu castelo

Fontenário


Espigueiros, também chamados canastro, caniço ou hôrreo, estruturas típicas do norte, utilizadas para guardar o milho, para o secar e proteger dos roedores.

Para comer a melhor posta de carne cachena, escolhemos a tasquinha Ti Mélia, a melhor carne que já comi, acompanhada do bom vinho verde tinto, bebido em malgas como manda a tradição.
Para terminar um bolo em camadas super fininhas de amêndoa com doce de ovos, que é uma verdadeira bomba calórica.
O atendimento muito simpático, único problema, não aceitam reservas e para conseguir mesa há que penar ao calor antes do meio dia ou não se consegue....




Cachena grelhada na brasa com arroz de feijão cozinhado no pote de ferro

Vinho verde servido em malga tradicional

Bolo de Amêndoa em camadas finíssimas especialidade de alguém da aldeia



A igreja deste lugar de igreja 






Depois é só escolher os trilhos assinalados (há vários) e fazer os percursos preferidos, sempre de acordo com a sua condição física. 

Caminhar e imaginar a vida para além dos turistas, os trilhos que percorremos foram muito usados e ainda são pelos agora poucos habitantes locais para as suas lides agrícolas. 

Percursos lindos, onde só se ouvem os passarinhos e o barulho da água, na beira do rio. 

Nós fizemos dois: 
  • o trilho dos passadiços, curto de mais ou menos 1,9 km - A calçada inicial deste trilho conduz-nos às margens do rio Vez. Depois de atravessar a ponte sobre o rio e percorrermos o passadiço da ecovia do Vez a caminho da capela do Srº dos Aflitos 
  • Trilho das pontes 0.9km curto e fácil, ainda que tem uma escadaria um pouco inclinada, difícil a descer e imprópria para cardíacos na subida 

Os percursos estão muito bem assinalados com placas deste género:

E de vez em quando encontramos algumas vacas, as tais as cachenas😋 que pastam e passeiam livremente pela serra, em harmonia com a natureza, indiferentes aos turistas.







Importante levar calçado confortável e resistente para ultrapassar estas calçadas romanas.







Capela do Sr. dos Aflitos






















Depois de carro ou a pé, podemos subir aos miradouros.
Miradouro da Estrica






Miradouro dos Socalcos








A época para admirar os socalcos na sua plenitude, provavelmente não foi a melhor, porque no fim do verão os campos estavam, secos, no inverno com a terra coberta de erva verde ou na época do milho verde, provavelmente será uma visão muito mais bonita e parecida com o Tibete, mas mesmo sem esta comparação que não sei de onde veio, vale muito a pena admirar esta paisagem bem nossa, genuína e portuguesa.

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