1808

Quando viajo gosto sempre de levar uns livrinhos para lêr, para esta viagem tinha levado um de Jorge Amado, que acabei por não lêr, porque por recomendação de um amigo comprei em S.Paulo na maravilhosa livraria Cultura o Livro 1808, mais um sobre o brasil e mais o que a amiga Neyma me ofereceu ia pagando excesso de bagagem, aliás só não pagamos, porque retiramos coisas da mala em pleno aeroporto para trazer em sacos plásticos :-)

Deste livro 1808, nunca tinha ouvido falar e se tivesse provavelmente fora do contexto nunca o teria comprado, porque história foi uma matéria que nunca gostei muito.


No contexto da nossa viagem achei interessante e muito adequado, gostei de o lêr nos locais onde parte da história se passou, fez-me apreciar de maneira diferente o livro e mesmo alguns passeios, Petrópolis e o passeio de barco pela Baía de Guanabara, sabendo que foi aí que a corte do D. João VI desembarcou.




Nunca algo semelhante tinha acontecido na História de Portugal ou de qualquer outro país europeu. Em tempo de guerra, reis e rainhas tinham sido destronados ou obrigados a refugiar-se em territórios alheios, mas nenhum deles tinha ido tão longe, a ponto de cruzar um oceano para viver e reinar do outro lado do mundo. Embora os europeus dominassem colónias imensas em diversos continentes, até àquele momento nenhum rei tinha posto os pés nos seus territórios ultramarinos para uma simples visita - muito menos para ali morar e governar. Era, portanto, um acontecimento sem precedentes tanto para os portugueses, que se achavam na condição de órfãos da sua monarquia da noite para o dia, como para os brasileiros, habituados até então a serem tratados como uma simples colónia de Portugal. D. João VI foi o único soberano europeu a visitar terras americanas em mais de quatro séculos e foi quem transformou uma colónia num país independente. No entanto, o seu reinado no Brasil padece de um relativo esquecimento que, quando lembrado, é tratado de forma caricata. Mas o Brasil de D. João VI não se resume a episódios engraçados. A fuga da família real para o Rio de Janeiro ocorreu num dos momentos mais apaixonantes e revolucionários do Brasil, de Portugal e do mundo. Guerras napoleónicas, revoluções republicanas e escravidão formaram o cenário no qual se deu a mudança da corte portuguesa e a sua instalação no Brasil. O propósito deste livro, resultado de dez anos de investigação jornalística, é resgatar e contar de forma acessível a história da corte portuguesa no Brasil e tentar devolver os seus protagonistas à dimensão mais correcta possível dos papéis que desempenharam há duzentos anos. Como se verá, estes personagens podem ser, inacreditavelmente caricatos, mas isso é algo que se poderia dizer de todos os governantes que os seguiram, incluindo alguns actuais.

Laurentino Gomes

Comentários

  1. Oi Alcina, como está? Agradeço a visitinha e o comentário em meu blog, obrigada.

    Como sempre aqui, posts fantásticos junto a fotos maravilhosas.

    Vi que a pouco esteve no Brasil, que bom que gostaste... Só fiquei curiosa em saber qual das duas moças simpáticas da foto é vc??? hehehehehe

    beijos, vou te seguir, caso queira me seguir também, ficarei muito feliz... ;)

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  2. Alcina, achei interessantíssima a hístória desse livro... como também gosto muito de ler, bem como da história do meu país, vou comprar... =D
    Obrigada pela dica, amiga.
    Beijo grande,

    Mari

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  3. Alcina, eu simplesmente adorei este livro! A linguagem coloquial torna a História super interessante. E é um livro que todo brasileiro devia ler, na minha opinião. Foi uma ótima pedida e é ótima dica. Um beijo :)

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  4. Alcina,

    A transferência da corte é um fato histórico fantástico mesmo. Quase inacreditável. Meu melhor amigo é especialista no assunto e tem um livro lindo chamado A Corte no Exílio. Se te interessar...

    A parte que eu acho mais incrível é o fico do filho Pedro que viraria Pedro I do Brasil e instalou uma dinastia brasileira, a única das Américas, pode?

    Beijos,

    C.

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  5. Anita não tem que agradecer, eu já há um tempo que sigo o seu blog e gosto muito.
    A moça simpática da foto que sou eu, é a mais torradinha, com ar de quem está a acabar férias hehe.

    Ameixinha pode colocar o livro lá na academia.
    Penso que é um contributo muito válido, pela qualidade do livro e pelo tema, tão interessante neste meio de intercambio bloguistico brasil-portugal :-)

    Mari penso que vai gostar eu adorei, lê-se muito bem :-)

    Luciana para mim que nunca gostei muito de estudar história, foi uma maneira muito fácil de entender e recordar essa parte da história, talvez por essa linguagem coloquial.
    Faz bem aos brasileiros e penso que também aos portugueses ler o livro .

    Bjinhos

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  6. Sabes que eu nunca levo livros para ler nas viagens (a menos que sejam de coimboio), porque no avião dá-me sempre a soneira e passa pelas brasitas!
    Mas de facto, é um tempinho mal empregue...este é um bom livro, sem dúvida!:)

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