Arte e a doença

"A arte lava a alma da sujidade da vida quotidiana" Pablo Picasso

É sobejamente conhecida a relação entre muitos artistas e a doença, e muito já se dissertou acerca da criatividade e da doença.

Para alem das doenças inerentes á sua vida boémia, a tuberculose, sífilis, muitos artistas tiveram o auge da sua criatividade em fases de doença avançada.


Temos os exemplos de Monet e a suas cataratas no fim da vida, em que o artista pintava de memória.


Edgar Degas, conhecido por suas pinturas de nus e bailarinas, sofreu de degeneração macular, um mal na retina, por quase metade de sua vida.

Renoir sofreu de uma dolorosa artrite reumatóide por mais de 30 anos, continuando a pintar com a ajuda de assistentes que inseriam os pincéis entre seus dedos retorcidos.

Mary Cassatt, como Monet, tinha cataratas e Camille Pissarro tinha problemas no canal lacrimal.
 
Talvez o mais conhecido de todos os disturbios psicológicos de Vincent Van Gogh.

 
Um exemplo de luta e resistencia o da mexicana Frida Khalo que teve poliomielite aos 6 anos. Com o pé direito ligeiramente deformado, ela seguiu uma vida normal e ingressou na Escola Nacional Preparatória em 1922. Atraída para as artes pelo maior pintor mexicano, Diego Rivera, conseguiu emprego como aprendiz, em 1925. No mesmo ano, sofreu uma grave lesão na coluna em um acidente de trânsito.

No mês em que ficou no hospital, apesar de amparada em talas de gesso e com os movimentos limitados, fez as primeiras tentativas na pintura. Quando foi para casa, sua mãe providenciou para que a cama fosse adaptada para permitir a ela pintasse.


Em 1930, já casada com Rivera, sofreu um aborto. E outro, em 1932. Em 1934 teve nova gravidez interrompida e os dedos do pé doente amputados.
Apesar das limitações físicas, Frida Khalo continuou participando de exposições e lecionando.
 Em 1944, pintou A Coluna Partida. Três anos depois teve a coluna vertebral operada e permaneceu meses imobilizada. Em 1950 passou por mais sete cirurgias: mais nove meses no hospital. Em 1953, quando foi organizada sua primeira exposição individual, ela compareceu instalada numa cama, ao lado de suas telas. No mesmo ano teve a perna direita amputada até o joelho.

Ainda em 1953, Frida Khalo tentou o suicídio. No ano seguinte, desafiou os conselhos médicos e, apesar de uma infecção pulmonar, participou das manifestações contrárias à intervenção americana na Guatemala. Morreu logo depois, em julho, aos 47 anos.

Nesta linha de pensamento o local onde eu trabalho resolveu promover uma ideia que eu achei muito interessante, trazer os doentes ao hospital mas para mostrar as suas artes e surgiu uma exposição em que os funcionários também foram convidados a participar.

A ideia era que cada artista fizesse qualquer coisa na sua arte relacionado com a doença e se a minha ideia inicial era de que iriam aparecer obras mais virada para cores escuras e  morbidas o resultado foi bastante diversificado e apareceram também cores vivas e alegres de esperança e vida.


A reacção foi bastante posistiva e o numero de participantes excedeu o esperado.
As peças apresentadas foram desde a escultura, pintura, cerâmica, passando pelas artes manuais.

Eu como não podia deixar de ser participei com um quadro dos meus, que não foi feito de propósito para a exposição, mas que me pareceu adequado ao tema proposto.

Para mim o mais representativo quadro desta exposição, foi este de uma doente que me parece retratar na perfeição a experiência dela e das companheiras de doença na instituição .

Comentários

  1. Adorei o post! obrigada por compartilhar conosco. Bjos, Nane www.vovoqueensinou.blogspot.com

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  2. O meu irmão mais velho é pintor e o mais novo é designer e acho que ambos sofrem da cabeça he he Daí eu ter ido para psicologia e não saber desenhar nadinha! Mas fora de brincadeiras, é uma iniciativa louvável porque acho que a arte, seja ela qual for, tem poderes curativos :)

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  3. Minha linda eu adorei seu post! Já conhecia a vida de Frida, não tão bem explicadinha como está no seu post. Adorei saber de todos os outros artistas.

    Beijos para você e para seu filhinho.

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  4. Talvez na doença se dedique mais tempo à criatividade. Enquanto, erradamente, na saúde se dedica mais tempo ao trabalho e à azafama.

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